12.08.25 | Mundo

BBC revela esquema secreto do Hamas para manter pagamentos de 30 mil servidores

A BBC de Londres apurou que mesmo com sua infraestrutura administrativa e financeira devastada após quase dois anos de guerra, o Hamas mantém um esquema clandestino de pagamentos em Gaza para remunerar cerca de 30 mil funcionários públicos. O esquema, que movimenta US$ 7 milhões (cerca de R$ 38 milhões) a cada ciclo de distribuição, funciona em meio ao colapso dos serviços básicos, ao agravamento da crise humanitária e à ofensiva militar israelense que mira justamente a capacidade de governança do grupo.

Segundo a BBC, policiais, professores e fiscais ligados à administração comandada pelo Hamas continuam recebendo, a cada dez semanas, cerca de US$ 300 (R$ 1.640) em espécie — pouco mais de 20% do que ganhavam antes da guerra. Com o bloqueio imposto por Israel, a inflação no território disparou, tornando o valor quase simbólico. Em alguns mercados, o quilo da farinha ultrapassou os US$ 80 (R$ 437) — o maior preço já registrado, segundo agências humanitárias.

Sem bancos operando na Faixa de Gaza, os pagamentos são feitos por meio de um sistema sigiloso, que envolve mensagens criptografadas e entrega manual do dinheiro. O local e o horário são enviados ao servidor ou a um parente próximo com frases codificadas como “encontrar um amigo para tomar chá”. No ponto de encontro, um agente entrega um envelope com cédulas e desaparece em seguida.

O esquema é alvo constante das ações israelenses, que identificam e tentam eliminar os distribuidores de salários.

Há suspeitas de que o Hamas mantenha esses recursos escondidos em túneis.

Uma fonte ligada ao alto escalão do grupo, ouvida pela BBC, afirmou que, antes do ataque de 7 de outubro de 2023 a Israel — que deu início à atual ofensiva israelense —, o movimento havia estocado cerca de US$ 700 milhões em dinheiro vivo, além de centenas de milhões de shekels, escondidos em túneis subterrâneos. Os valores teriam sido controlados diretamente pelo líder Yahya Sinwar e seu irmão Mohammed, ambos mortos em bombardeios israelenses.


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