18.08.25 | Brasil
“Saída da IHRA dá a entender para o mundo que a pauta de direitos humanos não é prioridade no País”, diz presidente da CONIB
A Jovem Pan News divulgou matéria sobre o vídeo com o manifesto da CONIB pedindo que o governo volte atrás da decisão de retirar o País da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). O vídeo mostra trechos do Manifesto lidos por diretores da CONIB e pelos presidentes das federações israelitas do País e termina com declarações do presidente da CONIB, Claudio Lottenberg.
Na matéria, Claudio Lottenberg argumenta que a saída do Brasil da IHRA dá a entender para o mundo que a pauta de direitos humanos não é prioridade no País. “O fato é que nós nos posicionamos numa condição contrária àquilo que o mundo espera, justamente nós que abraçamos o mundo democrático, com liberdade de expressão, um mundo que quer lutar sim pelos direitos humanos”.
A matéria traz declarações do assessor do presidente Lula para Assuntos Internacionais, embaixador Celso Amorim, que justificou a saída afirmando que o governo brasileiro se sentia manipulado pela IHRA. Ele explicou que a decisão foi embasada no cenário atual de guerra e também no reconhecimento do Estado da Palestina, iniciativa adotada pelo Brasil em 2010. “Não podemos permitir que isso sirva para dificultar o que achamos que é a solução, que é o reconhecimento do Estado palestino”, argumenta Amorim.
Lottenberg afirma, porém, que o argumento é equivocado. “A justificativa dada pelo embaixador Celso Amorim é, a meu ver, absolutamente equivocada: mistura um cenário de natureza histórica com um fenômeno geopolítico e, portanto, totalmente distorcida, como se o Brasil não pudesse participar de um debate sobre a solução de dois Estados, o que, aliás, é muito importante e deve ser feito. Portanto, um erro sobre o qual nós temos que nos manifestar, porque o Brasil tem que lutar por direitos humanos”.
O Ministério das Relações Exteriores não se manifestou publicamente sobre a retirada da IHRA.