27.08.25 | Mundo
Relatório aponta aumento inédito de casos de antissemitismo em universidades europeias
Relatório da B'nai B'rith Internacional revela um aumento inédito de casos de antissemitismo em universidades de nove países europeus. O estudo avaliou a situação em universidades na Áustria, Bélgica, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia, documentando agressões, casos de assédio ou intimidações e constrangimento a estudantes judeus, segundo noticiou o Times of Israel.
Entre os depoimentos de estudantes, vários da Universidade de Viena, muitos disseram que não se sentiam mais confortáveis no campus devido ao fato de serem alvos de manifestantes anti-Israel.
"Isso faz você pensar duas vezes sobre se realmente precisa ir lá, para o campus, ou simplesmente não ir e evitar se colocar em uma situação em que são gritados slogans antissemitas e disseminadas ideias antissemitas”, disse um aluno citado na matéria.
O relatório também revelou que vários grupos de estudantes atuaram para organizações que têm laços com grupos proscritos, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), que é classificada como um grupo terrorista pela UE.
Na Áustria, Alemanha e Espanha, segundo o relatório, os protestos têm sido apoiados por organizações com "laços com atividades terroristas", incluindo a Samidoun — a Rede de Solidariedade aos Prisioneiros Palestinos. Na Áustria, estudantes estão trabalhando com organizações como a Dar al Janub, que tem "vínculos diretos documentados com o Hamas", de acordo com o relatório.
Em alguns casos, estudantes universitários se envolveram em distorção e instrumentalização do Holocausto para estabelecer uma "falsa equivalência" com a guerra em Gaza, diz a pesquisa, ao considerar esse comportamento de "particularmente pernicioso".
Atos de vandalismo antissemita também foram relatados em muitas das universidades pesquisadas.
A pesquisa citou 17 casos de “danos e profanações” antissemitas em universidades do Reino Unido, em Nottingham, Birmingham, Leeds, Kent, Norwich, Londres, Sussex, Oxford, Sheffield, Brighton e Canterbury no ano acadêmico de 2023-2024, em comparação com apenas quatro casos no ano anterior.
As experiências se assemelham as relatadas por estudantes universitários judeus nos Estados Unidos, particularmente durante o ano letivo de 2023-2024, quando muitos campi testemunharam acampamentos de protesto em larga escala que, segundo críticos, às vezes descambaram para atividades antissemitas. Muitas universidades nos EUA reprimiram tais atividades, especialmente após decisão do presidente Donald Trump de cortar centenas de milhões em financiamento a instituições acusadas de não agir o suficiente para impedir atos antissemitas, incluindo as universidades Harvard e Columbia.