02.09.25 | Mundo
Programa da Record conta a história de George Legmann e de outros bebês nascidos em campo de concentração
O programa Repórter Record Investigação, exibido na segunda-feira (1º), contou a história de Jorge Legmann, hoje com 80 anos, e de outros bebês que, assim como ele, nasceram em campos de concentração durante o regime nazista. Entre as histórias desse período está a de sete mulheres grávidas que deram à luz dentro de um campo de concentração durante a Segunda Guerra. A história dessas crianças se tornou conhecida mundialmente graças aos esforços contínuos para preservar essa memória através de exposições em museus e publicações literárias.
A equipe do programa viajou até a Alemanha em busca de mais informações sobre a história e o paradeiro dessas crianças. O repórter André Tal visitou cabanas parcialmente preservadas, mostrando o local superlotado e insalubre onde os prisioneiros viviam. “Dachau abrigou cerca de 200 mil pessoas, de 14 nacionalidades diferentes. Mais de 41 mil morreram aqui e nos campos satélite”, explica Gabriele Hammermann, diretora do Memorial do Campo de Concentração de Dachau. Foi nesse cenário de desespero que sete mulheres deram à luz dentro do campo, incluindo a mãe de George. “Esses sete bebês são os sobreviventes mais jovens da história dos campos de concentração”, ressalta Karl Freller, diretor da Fundação de Memoriais da Baviera.
A trajetória de George começa em 1944, quando sua família, de origem judaica, foi deportada da Romênia para a Alemanha. Sua mãe, grávida, chegou a considerar o aborto, temendo que nem ela nem o bebê sobrevivessem. “Ela não sabia se ia resistir, mas decidiu lutar pelo bebê. Essa decisão salvou minha vida”, lembra sua esposa, Irene Legmann. A família foi levada para Dachau, o primeiro campo de trabalho forçado da Alemanha, que se tornaria símbolo da brutalidade nazista. Lá, prisioneiros de diversas nacionalidades eram submetidos a condições extremas de fome, frio, doenças e trabalho exaustivo, sob constante ameaça de punições. “Ele nasceu prisioneiro, mas também carregou esperança desde o primeiro suspiro”, afirma a historiadora alemã Edith Raim, especialista em Holocausto.
Hoje, ao refletir sobre sua trajetória, George deixa uma mensagem clara: “Contar minha história é um dever. Espero que inspire, eduque e fortaleça todos que a conhecem. Que ela seja lembrada e transmitida para que o mundo nunca esqueça o que aconteceu”.