15.09.25 | Mundo

Iniciativa de ONG suspende leilão de obras do século XVII roubadas de família judia por nazistas

A ONG Monuments Men and Women Foundation, organização sem fins lucrativos dedicada à preservação de obras de arte e tesouros culturais europeus saqueados durante a Segunda Guerra Mundial. anunciou ter interrompido a venda pública de duas pinturas do século XVII roubadas de uma família judia pelos nazistas.

As obras - pinturas a óleo de flores sobre cobre atribuídas a Ambrosius Bosschaert, pintor holandês do fim do século XVII e início do XVIII — estavam entre as mais de 300 peças confiscadas de Adolphe Schloss, um judeu alemão radicado na França. Elas seriam leiloadas neste mês em Ohio, nos Estados Unidos, segundo noticiou o New York Times em matéria reproduzida em O Globo.

Schloss havia reunido uma coleção de pinturas de mestres holandeses e flamengos, segundo a organização responsável por barrar a venda. A coleção era alvo de cobiça de Hitler e de outros líderes nazistas que, com ajuda de agentes franceses, a confiscaram em 1943.

O acervo, incluindo as duas pinturas que seriam leiloadas, estava destinado ao museu que Hitler planejava construir em Linz, na Áustria. No entanto, as peças foram roubadas do depósito do quartel-general nazista em Munique nos últimos dias do Terceiro Reich, de acordo com a fundação.

A denúncia sobre a venda chegou à entidade após a identificação das obras no Apple Tree Auction Center, em Newark, Ohio. As telas continham marcas de inventário alemãs e francesas — “S 16” e “S 17”, de Schloss 16 e Schloss 17 — escritas no verso, conforme comunicado da fundação.

A casa de leilões havia recebido as pinturas, junto com outros itens, como bens não reclamados. Capturas de tela divulgadas pela fundação mostram os lances mais altos registrados em plataformas online: US$ 3.250 e US$ 225.

Robert M. Edsel, presidente da Monuments Men and Women Foundation, viajou a Newark para se reunir com os proprietários da casa de leilões e inspecionar pessoalmente as obras. O leilão estava previsto para ocorrer até 12 de setembro, mas, após o encontro, as pinturas foram rapidamente retiradas da disputa pública, segundo Edsel.

As obras estão agora armazenadas em um cofre da casa de leilões, aguardando o processo para serem devolvidas aos herdeiros do colecionador.

“Este caso é mais um exemplo de como pessoas de boa vontade podem trabalhar juntas para corrigir os erros da Segunda Guerra Mundial, devolvendo obras de arte saqueadas aos seus legítimos donos”, declarou Edsel.


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