O Centro de Estudos Judaicos da Universidade de São Paulo (CEJ/USP), com o apoio da Associação de Amigos do CEJ/USP (AACEJ/USP), do Departamento de Letras Orientais (DLO) e do Programa de Pós-Graduação em Letras Estrangeiras e Tradução (PPG LETRA) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), realizou seu II Congresso Internacional de Pesquisadores em Estudos Judaicos entre os dias 15 e 18 de setembro, com recorde de participação.

No formato online e com atividades presenciais de abertura e encerramento, o encontro alcançou seus objetivos de promover o intercâmbio acadêmico, incentivar as pesquisas nas diversas áreas abarcadas pelos estudos judaicos e ainda fortalecer os vínculos entre pesquisadores, professores e alunos em nível de graduação e pós-graduação.

O professor Daniel Fainstein, da Universidade Hebraica do México, abriu os trabalhos na Casa de Cultura Japonesa da USP com a conferência Israel, o povo judeu e os estudos judaicos após o 7 de outubro: desafios e perspectivas. Naquela ocasião, o especialista refletiu brilhantemente sobre as complexidades e os novos paradigmas que marcam as pesquisas mais recentes ligadas à sociedade israelense, assim como ao povo judeu na diáspora. Na sequência, estudantes, docentes e pesquisadores filiados a instituições ou independentes puderam apresentar suas comunicações. Com cem apresentações no total, distribuídas em 23 mesas, e com um público médio de 20 pessoas a cada sessão, o evento atingiu um recorde comparativamente à primeira edição internacional ocorrida em 2023, assim como na comparação com os congressos anteriores realizados em âmbito nacional. Da mesma forma, testemunhou-se a variedade e a atualidade de temas como filosofia judaica, Bíblia, história e memória, literatura, antissemitismo, Shoá, representações do judaísmo nas artes, entre outras discussões contemporâneas. Os professores Bernardo Sorj e Márcio Seligmann-Silva, de atuação destacada no âmbito das ciências humanas e sociais, promoveram com maestria o encerramento do encontro em evento aberto na Unibes Cultural, com o debate intitulado Usos (e Abusos) da História e da Memória.

Em meio a um contexto de extremismos e polarizações, no Brasil e no mundo, o CEJ/USP deu mais um passo importante em sua história de quase 60 anos. Facilitou discussões alicerçadas nos vários eixos temáticos, sérias e embasadas, valorizando a pesquisa científica e servindo de ponte para que tais conhecimentos não se limitem à academia e sim contribuam para o debate qualificado, em direção a uma sociedade mais esclarecida.