20.10.25 | Brasil

'O Desaparecimento de Josef Mengele' é destaque na Mostra Internacional de Cinema de SP

O longa 'O Desaparecimento de Josef Mengele', do cineasta russo Kirill Serebrennikov, é destaque na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano.

O filme retrata a vida de muitos nazistas que buscaram refúgio na América do Sul, após o fim da Segunda Guerra. O mais notório deles foi Josef Mengele, o temido médico alemão que realizava experimentos desumanos no campo de concentração de Auschwitz e que teria passado boa parte da velhice peregrinando por cidades de São Paulo.

A mitologia que se criou em torno da fuga deste e de outros nazistas inspirou o cineasta russo Kirill Serebrennikov, de acordo com matéria de Leonardo Sanchez, na Folha de S.Paulo,

O longa tem exibições na terça (21) e na quinta (23), e ainda não tem data de estreia no circuito comercial e, por isso, deve ter sessões disputadas, cinco meses depois de estrear no Festival de Cannes, em caráter especial.

Durante exibição no Festival de Cannes, o cineasta disse que é preciso lembrar esses fatos para que não voltem a acontecer. “As pessoas se esquecem porque é o mais fácil a fazer, ainda mais quando falamos do século passado, que foi terrivelmente tóxico. A reação normal é fechar os olhos e recomeçar, mas precisamos lembrar do passado", observou.

Serebrennikov enfrentou certa resistência do público francês em receber cineastas russos por causa da guerra na Ucrânia, apesar de ele ser um fervoroso crítico de Vladimir Putin.

E ele também vê paralelos entre o governo atual de seu país e aquele que levou a Alemanha à Segunda Guerra Mundial. Um pouco antes do Festival de Cannes em que apresentou "O Desaparecimento de Josef Mengele", Serebrennikov havia falado sobre como os artistas russos, hoje, devem escolher se querem ser como Leni Riefenstahl, cineasta que capturou com lentes homéricas o governo de Hitler, ou Marlene Dietrich, que abandonou a Alemanha quando esta se nazificou.

Serebrennikov chegou a ser preso em 2017 acusado de desviar dinheiro público que deveria ter sido usado em uma produção teatral. Após 20 meses em prisão domiciliar e mais um ano nos tribunais, o julgamento foi suspenso e ele pediu asilo na Alemanha. De lá, e dos festivais por onde passa, Serebrennikov segue denunciando o governo de Putin e se defendendo das acusações que enfrentou, alegando ter sido perseguido politicamente.


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