01.07.22 |

Caçador de nazistas faz balanço de sua visita ao Brasil

Efraim Zuroff, diretor do Centro Simon Wiesenthal de Israel e conhecido como o ú:ltimo &ldquo:caç:ador de nazistas&rdquo:, encerrou no dia 14 de junho :visita de uma semana ao Brasil. Ele veio a convite da Conib - Confederaç:ã:o Israelita do Brasil e esteve em Sã:o Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza para falar da educaç:ã:o sobre o Holocausto para as novas geraç:õ:es e mostrar a importâ:ncia de levar à: justiç:a os criminosos de guerra nazistas remanescentes. : No balanç:o que fez de sua visita ao Brasil, ressalta a importâ:ncia de seus encontros com lí:deres de instituiç:õ:es nã:o-judaicas e elogia a organizaç:ã:o de mostra sobre o Holocausto, em Sã:o Paulo.  : Leia abaixo o texto de Zuroff:  :  : &ldquo:Obviamente nã:o é: fá:cil fazer qualquer tipo de consideraç:õ:es sobre uma grande e importante comunidade judaica, com base em uma rá:pida visita de sete dias por trê:s diferentes cidades, mas permitam-me compartilhar algumas das minhas impressõ:es sobre minha recente rodada de palestras em Sã:o Paulo, Rio e Fortaleza, e meus encontros com vá:rios lideres comunitá:rios e ativistas, assim como professores brasileiros, intelectuais, advogados e autoridades oficiais.  : Começ:o com a exposiç:ã:o &ldquo:Shoá:- Reflexõ:es por um mundo mais tolerante&rdquo: em Sã:o Paulo, que originou o convite para que eu viesse ao Brasil. Como algué:m envolvido, como especialista, na criaç:ã:o de diversos museus do Holocausto, assim como em exposiç:õ:es, gostaria de elogiar Miriam Vasserman, organizadora e coordenadora, e seus assessores, que produziram uma exibiç:ã:o de primeira classe.  : Em essê:ncia, foram capazes de tomar como base uma boa exposiç:ã:o (originalmente criada no Uruguai) e adicionar uma dimensã:o crí:tica local para ajudar a &ldquo:conectar&rdquo: o publico brasileiro ao assunto e explicar por que a Shoá: é: importante nã:o apenas para os judeus, mas para o mundo inteiro e ao Brasil particularmente. O acré:scimo de material sobre a histó:ria do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e as histó:rias pessoais de sobreviventes que vieram ao Brasil apó:s o conflito foram fundamentais e muito bem feitos. Junte a eles a esté:tica dos grá:ficos da exibiç:ã:o e os poderosos clipes e você: terá: a formula para um projeto de sucesso.  : També:m tive a chance de falar com alguns dos monitores da mostra e notei que estã:o muito bem treinados, o que é: outro elemento crí:tico. Por existir relativamente menos conhecimento sobre a Shoá: na Amé:rica do Sul em comparaç:ã:o com a Europa e mesmo com a America do Norte, essa mostra é: uma formidá:vel ferramenta para ajudar a melhorar essa situaç:ã:o.  : Outro foco de minha visita foram as palestras para centenas de estudantes nas escolas judaicas locais, nas quais falei sobre o Centro Simon Wiesenthal e minhas atividades para ajudar a levar criminosos de guerra nazistas à: justiç:a. Levando-se em conta minha experiê:ncia em escolas judaicas em outros lugares do mundo, nã:o fiquei surpreso em saber que muitas das crianç:as, especialmente as mais velhas, tinham um conhecimento bá:sico sobre a Shoá:, mas nã:o sabiam praticamente nada sobre a caç:a aos nazistas. Desse modo, fiquei bastante satisfeito em poder falar-lhes sobre um grande heró:i judeu como Simon Wiesenthal e també:m sobre minhas pró:prias experiê:ncias em tentar ajudar a trazer os autores do Holocausto a julgamento. De forma geral, os estudantes foram um pú:blico muito bom e o ní:vel das perguntas, excelente. A respeito disso, espero que se produza mais material em portuguê:s sobre este assunto, para aumentar o conhecimento e a consciê:ncia de sua importâ:ncia nã:o apenas entre estudantes de todas as faixas etá:rias, mas també:m entre o pú:blico geral.  : Um dos aspectos mais interessantes de minha viagem foram trê:s encontros que tive com lí:deres de instituiç:õ:es nã:o-judaicas, em que pude informá:-los sobre as atividades do Centro Wiesenthal e meus esforç:os para trazer nazistas à: justiç:a. També:m pude enfatizar a importâ:ncia e o potencial da educaç:ã:o sobre o Holocausto no Brasil. Assim, por exemplo, em reuniã:o com José: Vicente, o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, falei sobre a eficá:cia da educaç:ã:o sobre a Shoá: em combater o preconceito e a discriminaç:ã:o, e també:m sobre meus esforç:os em auxiliar o governo de Ruanda a levar a julgamento criminosos que cometeram genocí:dio naquele paí:s, em 1994.  : Na apresentaç:ã:o em Fortaleza para o comitê: de lideres da OAB &ndash: Ordem dos Advogados do Brasil, detalhei os atuais esforç:os para levar os perpetradores do Holocausto à: justiç:a e expliquei os obstá:culos que enfrentamos na tentativa de fazê:-lo, especialmente pela falta de vontade polí:tica em alguns paí:ses, que preferem ignorar a questã:o. Especialmente nessa ocasiã:o, minha impressã:o foi de que o material apresentado era praticamente desconhecido para o pú:blico, o que fortaleceu meu sentimento sobre a importâ:ncia dos esforç:os de grupos locais em aumentar a educaç:ã:o e a consciê:ncia sobre o Holocausto no Brasil.  : A terceira reuniã:o, no Laborató:rio de Estudos sobre a Intolerâ:ncia da Universidade de Sã:o Paulo, foi com o grupo que está: planejando o Museu da Tolerâ:ncia de Sã:o Paulo, um projeto com grande potencial. Todos os seus integrantes, mais notavelmente os professores Samuel Feldberg e Anita Novinsky, tê:m grandes conhecimento sobre assuntos do Holocausto. Assim, minha apresentaç:ã:o lidou com os atuais esforç:os de paí:ses da Europa Oriental em distorcer a histó:ria da Shoá: para minimizar ou esconder a cumplicidade de seus pró:prios cidadã:os nos crimes do Holocausto. Em conjunto com uma contí:nua campanha para mostrar que os crimes na era comunista foram tã:o ruins quanto os crimes da Shoá:, essas sã:o as principais ameaç:as ao futuro da memó:ria sobre o Holocausto e à: exatidã:o da narrativa histó:rica em todo o mundo.  : Concluindo, gostaria de agradecer à:s pessoas que me convidaram e me ajudaram a tornar possí:vel esta viagem, especialmente aos funcioná:rios da Conib Karen Didio Sasson, Jaime Spitzcovsky e Liane Gotlib e aos dedicados lí:deres comunitá:rios Lé:a Lozinsky, no Rio: José: Frenkiel e Pablo Schejtman, em Fortaleza: e aos voluntá:rios locais que me receberam (como o rabino Lenchinsky, no Rio) e me acompanharam fazendo de tudo para que minha visita fosse bem-sucedida e agradá:vel&rdquo:.  :  : Da esquerda para a direita, durante almoç:o em Fortaleza: Pablo Schejtman (vice-presidente da SIC- Sociedade Israelita do Ceará:), Rebeca Reiswerg ( tradutora) , :Efraim Zuroff, :José: Frenkiel (presidente da SIC) e os deputados estaduais Artur Bruno (PT) e Heitor Fé:rrer (PDT). :Fé:rrer propô:s, durante a visita de Zuroff, a criaç:ã:o de lei para incluir na grade de escolas pú:blicas e privadas do Estado a obrigatoriedade de ensino sobre o Holocausto. :

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