Cinquenta anos sem Martin Luther King - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

01.07.22 |

Cinquenta anos sem Martin Luther King

A voz de Martin Luther King Jr. foi silenciada com um tiro no dia 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee, nos Estados Unidos. O mundo lembra agora de sua luta e de seus sonhos, por ocasiã:o dos 50 anos da morte do ativista, completados nesta quarta-feira. Pastor da Igreja Batista e doutor em Teologia, King passou à: histó:ria como o maior lí:der norte-americano na luta dos negros por igualdade. Seu ideal de ver uma sociedade inclusiva, com direitos civis resguardados a todos e em que a cor da pele nã:o tivesse importâ:ncia, ainda permanece como tarefa nã:o completada.

A trajetó:ria de King, que pautava a luta pelos direitos civis dos negros dos Estados Unidos em uma campanha de nã:o violê:ncia &ndash: tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Prê:mio Nobel da Paz, em 1964 :- : ganhou amplo apoio dos judeus norte-americanos. Muitos foram os que se envolveram no movimento. O rabino, teó:logo, e ativista social Abraham Joshua Heschel, um dos principais lí:deres religiosos no sé:culo 20, foi um dos grandes apoiadores de King. Em uma das famosas marchas organizadas pelo movimento negro, na cidade de Selma, no Alabama, para a capital do Estado, Montgomery, em març:o de 1965, Heschel participou, caminhando ao lado de King. &ldquo:Martin Luther King é: um sinal de que Deus nã:o abandonou os Estados Unidos. Ele nos foi enviado, sua missã:o é: sagrada... Eu convoco todos os judeus a ouvir sua voz, compartilhar sua visã:o, seguir seu caminho. O futuro dos EUA depende da influê:ncia de King&rdquo:, havia dito o rabino, dez dias antes da morte do lí:der negro.

King, por sua vez, fez um discurso no encontro anual do American Jewish Committee (AJC), em 1965, em que abordou os princí:pios do protesto nã:o violento, que guiaram o movimento dos direitos civis. O lí:der falou principalmente sobre as aspiraç:õ:es dos negros norte-americanos, mas tratou també:m da busca judaica por liberdade e seguranç:a e disse que pessoas de todo o mundo deveriam protestar contra o antissemitismo na entã:o Uniã:o Sovié:tica. &ldquo:Há: o perigo do silê:ncio, que involuntariamente encoraja o mal a florescer&rdquo:, afirmou King naquela ocasiã:o.

A busca pela igualdade e pela garantia de direitos a todos faz parte de uma pauta comum entre as comunidades judaica e afrodescendente. &ldquo:Assim como nos Estados Unidos de Luther King, no Brasil de hoje, a comunidade judaica se empenha em busca de uma sociedade mais justa. A Confederaç:ã:o Israelita do Brasil - Conib pauta suas aç:õ:es em valores como a paz, a democracia, o combate à: intolerâ:ncia e a justiç:a social. Inspirados pelo sonho e pela memó:ria de Luther King, trabalhamos diariamente por um paí:s mais inclusivo. Este silê:ncio perigoso, uma vez destacado por Luther King, nã:o nos cabe&rdquo:, diz o Presidente da Conib, Fernando Lottenberg.

E esta atuaç:ã:o se dá: de maneira ampla. Representante da comunidade judaica brasileira, a Conib prontamente condenou o assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, morta a tiros no Rio de Janeiro, assim como Luther King, cinquenta anos atrá:s, em Memphis. ":Os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes no Rio de Janeiro sã:o uma afronta ao combate ao crime organizado e à: democracia. A Confederaç:ã:o Israelita do Brasil presta sua solidariedade a familiares das ví:timas desse crime bá:rbaro e espera puniç:ã:o severa e rá:pida a seus perpetradores. Que crimes como esse nã:o se tornem mais um marco das violê:ncias diá:rias cometidas contra os brasileiros, em especial contra as minorias, mas um marco da mobilizaç:ã:o nacional por um enfrentamento eficiente da questã:o de seguranç:a pú:blica":, conforme nota divulgada em 16 de març:o ú:ltimo.

No Brasil, os judeus estã:o presentes e atuantes na Secretaria Especial de Polí:ticas de Promoç:ã:o da Igualdade Racial (SEPPIR), que tem o objetivo de combater o racismo, desde a sua criaç:ã:o em 2003. &ldquo:Judeus e negros tê:m em comum a luta contra a perseguiç:ã:o e o preconceito&rdquo:, diz Jack Terpins. Foi durante a sua gestã:o, que a Conib foi convidada a integrar a primeira Conferê:ncia Nacional de Promoç:ã:o da Igualdade Racial (CONAPPIR). Alé:m da Conib, a comunidade judaica está: també:m representada no :CNPIR (Conselho Nacional de Promoç:ã:o da Igualdade Racial) pela B´:nai B´:rith [Filhos da Alianç:a, em hebraico] &ndash: entidade judaica de direitos humanos. &ldquo:O objetivo é: criar polí:ticas pú:blicas de aproximaç:ã:o, dentro do riquí:ssimo mosaico da cultura brasileira e buscar soluç:õ:es. Devemos conviver com harmonia em busca de um paí:s melhor&rdquo:, afirmou Abraham Goldstein, Presidente da B&rsquo:nai B&rsquo:rith do Brasil. A atual representante da Conib no Conselho Nacional de Promoç:ã:o da Igualdade Racial é: a pedagoga Patrí:cia Tolmasquim. Na III CONAPIR, os judeus reiteraram a importâ:ncia de polí:ticas pú:blicas que, pela educaç:ã:o, valorizem a diversidade da sociedade brasileira, como a necessidade de um calendá:rio interé:tnico e o maior conhecimento da histó:ria da presenç:a judaica no Brasil. &ldquo:Temos anseios em comum com a comunidade afrodescendente. Estamos juntos na luta por um paí:s mais igualitá:rio e mais diverso&rdquo:, conta Patrí:cia.

A comunidade judaica apoia os esforç:os do Plano Nacional de Polí:ticas da Igualdade Racial como forma de implementaç:ã:o de uma sociedade mais justa, com igualdade de oportunidades, liberdade religiosa e pleno direito à: cidadania.

O sonho de Luther King també:m é: o nosso.


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