01.07.22 |
Conib repudia ataques contra o deputado Jean Wyllys
A Confederaç:ã:o Israelita do Brasil, que reú:ne as representaç:õ:es das comunidades judaicas por todo o paí:s, manifesta sua solidariedade ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). Ele vem sendo covardemente atacado nas ú:ltimas semanas, por defender o direito de Israel à: existê:ncia e uma paz justa entre israelenses e palestinos, com a adoç:ã:o da polí:tica de dois estados vivendo lado a lado, em cooperaç:ã:o e paz.
O deputado Wyllys transformou-se em objeto do ó:dio de setores que, a pretexto do antissionismo, enveredaram pelo aberto antissemitismo, ao negar a um ú:nico povo e a uma ú:nica naç:ã:o, os judeus, o direito à: emancipaç:ã:o nacional. Mais recentemente, o deputado passou a ser atacado por discordar de uma resoluç:ã:o antissionista e antissemita da Executiva Nacional de seu partido, segundo ele sem qualquer debate democrá:tico pré:vio.
A rigor, esse seria um assunto interno do PSOL - assim como de outras siglas que se denominam ":progressistas": - que vê:m resvalando no antissemitismo - disfarç:ado ou escancarado. Mais recentemente, o sr. Glenn Greenwald invocou sua condiç:ã:o de judeu para questionar a legitimidade das crí:ticas do deputado ao antissemitismo existente no partido ao qual está: filiado.
Em primeiro lugar, ser ou nã:o judeu é: indiferente nesse caso. Há: judeus que, por convicç:ã:o ou oportunismo, passam a atacar as comunidades judaicas ou o direito dos judeus à: autodeterminaç:ã:o nacional. E també:m há: nã:o judeus que, nos momentos mais crí:ticos da luta contra o antissemitismo, arriscam suas vidas para se opor à:s perseguiç:õ:es antissemitas. Os Justos Entre as Naç:õ:es, por exemplo, tê:m lugar precioso na memó:ria da resistê:ncia ao Holocausto.
Invocar a condiç:ã:o de judeu para negar a um nã:o judeu o direito de defender a existê:ncia de Israel nã:o deixa de ser uma forma, talvez inconsciente, de racismo e discriminaç:ã:o. Mais ou menos como dizer &ldquo:eu nã:o sou contra os gays, tenho até: amigos gays&rdquo:. Ou &ldquo:eu nã:o sou racista, sempre tratei bem meus empregados de cor&rdquo:. Ser branco, negro, judeu, cristã:o, muç:ulmano, gay ou hetero nã:o dá: a ningué:m superioridade moral no debate polí:tico.
A verdade é: que o deputado Wyllys tem tido já: há: algum tempo a coragem de denunciar a hipocrisia de certos setores, que afirmam defender os direitos dos LGBTQ, mas recusam-se a reconhecer que Israel é: o ú:nico paí:s do Oriente Mé:dio em que tais direitos sã:o plenamente respeitados. Ainda pior, dizem combater a homofobia e a opressã:o da mulher, mas silenciam oportunisticamente diante das graves e permanentes violaç:õ:es de direitos nos paí:ses de maioria islâ:mica.
Para progressistas como o sr. Greenwald, parece ser razoá:vel oprimir mulheres e gays e ameaç:ar os judeus com um novo Holocausto (enquanto se nega a existê:ncia do primeiro), desde que se esteja numa posiç:ã:o polí:tica supostamente anti-imperialista. De todo modo, é: problema unicamente do sr. Greenwald equivocar-se, assim como é: problema do PSOL resvalar em posiç:õ:es racistas contra Israel. O inaceitá:vel, entretanto, é: que judeus invoquem sua condiç:ã:o judaica para negar a nã:o judeus o direito de defender Israel, contra aqueles que pregam sua extinç:ã:o.
Fernando Lottenberg
Presidente