01.07.22 |
Descansou aos 90 o incansável Ben Abraham, sobrevivente da Shoá
Faleceu nesta sexta-feira, 9 de outubro, em Sã:o Paulo, o incansá:vel divulgador da histó:ria do Holocausto Ben Abraham.
&ldquo:Nos ú:ltimos anos, Ben Abraham esteve em todos os eventos comunitá:rios de recordaç:ã:o das ví:timas do Holocausto, devendo ser lembrados aqueles promovidos pela Conib, em vá:rias cidades brasileiras. Deu palestras sobre o tema em todo o Brasil e també:m em outros paí:ses, como a Alemanha. Foi um extraordiná:rio batalhador da causa da verdade. Já: estamos sentindo sua falta&rdquo:, declarou o presidente da Conib, Fernando Lottenberg.
Nascido na Polô:nia em 11 de Dezembro de 1924, Henry Nekrycz, que tomou o pseudô:nimo de Ben Abraham, foi escritor e jornalista. Naturalizado brasileiro em 1959, casou-se com Miriam Dvora Bryk, també:m sobrevivente da Shoá:.
Passou pelos campos de Brauschweig, Watenstadt e Ravensbruck entre 1943 e 1945, e acabou confinado em Auschwitz, onde sua famí:lia foi dizimada. Entre 200 parentes, apenas ele e um primo sobreviveram. Apó:s a derrota do nazismo, tomou como objetivo de vida contar à: humanidade as perseguiç:õ:es, atrocidades e matanç:as instituí:das por Adolf Hitler.
Por seu trabalho e pela publicaç:ã:o de 15 livros relacionados ao Holocausto, recebeu inú:meras homenagens, das quais se destacam a Chave de Ouro do Memorial Yad Vashem e a Medalha de Honra ao Mé:rito da Universidade de Sã:o Paulo. Foi presidente da Associaç:ã:o dos Sobreviventes do Holocausto (Sherit Hapleitá:) no Brasil.
Na cerimô:nia de inauguraç:ã:o do Museu do Holocausto em Curitiba, em 2011, Ben Abraham relatou a terrí:vel experiê:ncia de passar por campos de extermí:nio nazistas e agradeceu ao Brasil pela acolhida. Emocionada pelo depoimento do escritor, a entã:o ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosá:rio Nunes, afirmou que &ldquo:é: o Paí:s quem deve agradecer aos judeus, por sua contribuiç:ã:o nas mais diversas á:reas e por aprender com eles a importâ:ncia da memó:ria&rdquo:.
":Eu contava os dias, imaginava que seria libertado e assim passava o tempo, sofrendo com fome, sofrendo torturas, sofrendo toda espé:cie de discriminaç:ã:o. Na nossa cidade, Lodz, viviam antes da guerra 260 mil judeus e só: 4 mil sobreviveram":, disse ele ao jornal o Estado de S. Paulo, em janeiro de 2015.
&ldquo:Como testemunha viva desta tragé:dia prometi a mim mesmo que se sobrevivesse contaria ao mundo tudo o que vi, e de como um regime igual ao de Hitler pode conduzir o mundo para o abismo. A existê:ncia de Israel é: a nossa resistê:ncia. Com Eretz Israel somos livres, independentes e iguais a todos os povos. Israel é: nosso futuro, nossa pá:tria e nossa seguranç:a&rdquo:, disse ele na 11ª: Marcha da Vida Regional.
Em 2011, Ben Abraham falou a 170 alunos e professores do Colé:gio Martha Falcã:o de Manaus. Assista. : Ele també:m falou a 350 pessoas, entre alunos e professores do Colé:gio Lato Sensu e da Universidade Federal do Amazonas. Assista.
Em 2013, falou na cerimô:nia do Iom Hashoá:, em Sã:o Paulo. Assista.
A Conib presta condolê:ncias à: famí:lia e a todos que o tinham como amigo. O enterro acontecerá: no pró:ximo domingo, 11 de outubro, à:s 11h, no Cemité:rio Israelita do Butantã:.
Ben Abraham na cerimô:nia do Dia Internacional do Holocausto 2014, ao lado de sua esposa. Foto: Eliana Assumpç:ã:o.