01.07.22 |
Escola Anne Frank de Belo Horizonte homenageia seu benemérito Marx Golgher
A Escola Municipal Anne Frank de Belo Horizonte presta uma homenagem ao ativista comunitá:rio mineiro Marx Golgher, falecido em dezembro de 2012. : A escola foi construí:da em um terreno doado em 1991 por Golgher. Ele també:m sugeriu a criaç:ã:o do Bosque da Paz, onde alunos da escola plantam á:rvores em homenagem a pessoas que lutam ou lutaram pela paz no mundo. Leia abaixo carta da escola em homenagem a Golgher e a ú:ltima entrevista dada por ele. Veja també:m um á:lbum com fotos dele em atividades promovidas pela escola. &ldquo:À: famí:lia, aos amigos e a todos aqueles que tiveram a ventura de conhecê:-lo e conviver com ele: No dia 7 de dezembro de 2012, nó:s da Escola Anne Frank, recebemos, estarrecidos, a notí:cia do falecimento do nosso querido amigo senhor Marx. Nada poderia ter nos preparado para essa perda, que para nó:s é: irrepará:vel. Seus amigos e parentes mais chegados talvez nã:o conheç:am a dimensã:o do que ele representou em nossas vidas. Para nó:s, da Famí:lia Anne Frank, ele foi o amigo de todas as horas, nosso colaborador e maior apoiador. Nesses ú:ltimos trê:s anos ele foi o nosso anjo da guarda. : Um dos objetivos do Projeto Anne Frank Viva, iniciado em nossa escola em 2009, era o de retomar o contato com a famí:lia doadora do lote onde a escola foi construí:da. Atravé:s de uma dedicató:ria de sua filha Sheila, em um diá:rio encontrado na biblioteca, conseguimos chegar ao sobrenome Golgher. Foram, entã:o, feitos os primeiros contatos com o senhor Marx, que imediatamente se dispô:s a nos fazer uma visita. : Desde o iní:cio ele foi muito receptivo e foi com muita alegria, disposiç:ã:o e energia, que ele voltou à: escola, dezoito anos apó:s a sua inauguraç:ã:o. Em abril de 2009, ele caminhou com alunos e professores da escola até: a nascente do Confisco, e plantou uma á:rvore com as crianç:as. Essa primeira á:rvore plantada foi a representaç:ã:o de todas as outras que viriam. Com esse gesto ele iniciou o plantio das inú:meras sementes do bem que ele semeou em nossa escola e em nossas vidas. O senhor Marx possuí:a uma energia contagiante, uma &ldquo:mente cheia de pensamentos e um coraç:ã:o cheio de sentimentos&rdquo:. Criativo, ele nos inundava com ideias, que ele mesmo ajudava a tornar realidade. Um dos maiores exemplos é: o Bosque da Paz. Ele foi o idealizador do projeto que plantou mais de trinta á:rvores, com nomes de pacifistas mundiais, em um bosque em frente à: escola, uma grande contribuiç:ã:o para o estabelecimento de uma cultura de paz na comunidade. Nesse bosque existe uma á:rvore com o nome dele, plantada pelas crianç:as da escola, em 2010, para homenageá:-lo. Ele nos agraciava com seu tempo e era um dos mais entusiasmados para dar prosseguimento aos nossos projetos. Nunca nos deixou desanimar. Ele era um legí:timo defensor da paz. Tal comportamento, tã:o raro hoje em dia, saltava aos olhos quando ele falava da escola e de seus projetos, nas inú:meras entrevistas que deu. Tornou-nos conhecidos no Brasil e fora dele. Era incansá:vel na defesa dos menos favorecidos. : Ele foi o nosso &ldquo:fio das miç:angas&rdquo:. As contas do colar, todos conseguem ver, mas ningué:m nota o fio, que em uma trama vistosa, vai compondo e sustentando as miç:angas. Assim era ele: um fio de ideias costurando as aç:õ:es de cultura de paz que implementá:vamos em nosso cotidiano, ligando a escola a outros parceiros, nã:o permitindo que as adversidades do dia a dia rompessem o colar. Parece-nos um pouco de egoí:smo constatar que nã:o está:vamos prontos para a sua partida. Sabemos que sua ausê:ncia será: sentida por muitos, alé:m de nó:s. Em sua ú:ltima entrevista, para o jornal de comemoraç:ã:o dos 21 anos da escola, ele escreveu: &ldquo:Há: 21 anos, fi:nalmente, foi inaugurada a Escola Municipal Anne Frank. Mas tive que esperar ainda 18 anos para que fosse implantada a sonhada homenagem. O que ocorreu de modo surpreendente, fui de repente procurado pelas dinâ:micas professoras Sandra Mara Vieira e Janice Faria, també:m admiradoras da mensagem de solidariedade humana da adolescente judia, a me mostrarem exatamente o projeto educacional &ldquo:Anne Frank Viva&rdquo:, com o qual eu sonhara quando adolescente. Atualmente, o projeto já: está: em um ní:vel bem avanç:ado, com muito sucesso, graç:as à: dedicaç:ã:o dos professores da Escola, particularmente do entusiasmo contagiante das professoras Sandra e Janice... Fico pensando: seria tudo isso simples coincidê:ncia?...":. : Nã:o, senhor Marx, coincidê:ncias nã:o existem. Sabemos que houve um motivo para tê:-lo em nossas vidas, ainda que por trê:s anos apenas. Muito conseguimos construir com o seu apoio e amizade, e devemos tomar os seus ideais como exemplo e inspiraç:ã:o. Nã:o devemos desistir jamais, e fazer sempre a nossa parte, custe o que custar. As sementes precisam ser regadas diariamente, para nã:o perecerem. A saudade sempre irá: existir, mas a sua presenç:a em nossa escola está: eternizada atravé:s de suas aç:õ:es. O trabalho tem de continuar. Os agradecimentos sã:o infindá:veis. Shalom, Marx Golgher, Da famí:lia da Escola Municipal Anne Frank. Marx Golgher (centro) junto aos alunos da Escola Anne Frank de Belo Horizonte. Foto: EMAF.