Pressão da ADL leva o Facebook a anunciar mudanças contra o discurso de ódio e a negação do Holocausto - Fundada em 1948, a CONIB – Confederação Israelita do Brasil é o órgão de representação e coordenação política da comunidade judaica brasileira.

01.07.22 |

Pressão da ADL leva o Facebook a anunciar mudanças contra o discurso de ódio e a negação do Holocausto

Depois de anos de parceria com a maior rede social do mundo, a Liga Anti-Difamação (ADL) agora está tratando o Facebook como adversário, após Mark Zuckerberg, dono da empresa, ter permitido a manutenção de postagens sobre a negação do Holocausto. Essa mudança culminou em uma campanha liderada pela ADL pedindo às empresas que parassem de anunciar no Facebook a partir deste mês de julho em colaboração com a NAACP e outros grupos de direitos civis. A campanha atraiu uma lista crescente de marcas importantes. Mais de 230 empresas assinaram o compromisso, e na semana passada as ações do Facebook caíram mais de oito por cento, embora tenham se recuperado desde então. 'O Facebook permitiu que alguns dos piores elementos da sociedade entrassem em nossas casas e em nossas vidas, enquanto as redes sociais continuam tolerando a negação do Holocausto em suas páginas', disse Jonathan Greenblatt, CEO da ADL. 'A negação do Holocausto é algo sobre o qual estamos conversando com o Facebook há 11 anos', disse Daniel Kelley, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da ADL, à Agência Telegráfica Judaica (JTA). 'Dissemos a eles que a negação do Holocausto é ódio. Não é desinformação. E eles não apenas não mudaram as regras, mas, em vários casos, passaram a considerar a negação do Holocausto como desinformação'. Aparentemente abalado com a pressão, Zuckerberg anunciou uma série de mudanças nas políticas contra o discurso de ódio no Facebook, em resposta 'às reclamações da comunidade de direitos civis'. Ele também prometeu se reunir com os organizadores da campanha. As mudanças do Facebook incluem o monitoramento e eventual retirada de posts sobre tentativas de interferência em eleições, hostilidades a imigrantes, a proibição de postagens sobre o movimento de extrema-direita Boogaloo e a retirada de páginas com perfis falsos ou que promovam o ódio. 'Estou comprometido em garantir que o Facebook continue sendo um lugar onde as pessoas possam usar sua voz para discutir questões importantes, porque acredito que podemos progredir mais quando ouvirmos', escreveu Zuckerberg na última sexta-feira em post no Facebook. 'Mas também sou contra o ódio, ou qualquer coisa que incite à violência ou interfira em votações, e estamos comprometidos em remover essas páginas não importa de quem seja'. 'O Facebook tomará medidas significativas para combater o ódio em sua plataforma', tuitou Greenblatt após o anúncio. Apesar das medidas anunciadas pelo Facebook, a ADL diz que elas ainda não foram colocadas em prática. 'Existe um entendimento comum de que o Facebook é uma empresa que coloca a receita acima de tudo - a empresa tem uma receita anual de US$ 70 bilhões em anúncios -, e acho que este é um caminho muito claro', disse Kelley da ADL. 'Todas essas mudanças, os pequenos ajustes que Mark Zuckerberg anunciou na sexta-feira, foram coisas que a comunidade de direitos civis vem pedindo há anos, além de maiores mudanças estruturais na plataforma. Foi necessária a retirada de anúncios de grandes empresas para fazê-los mover uma polegada', acrescentou.

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