01.07.22 |
Interesse pelo ensino do Yiddish cresce no Brasil e em outros países, diz professora Sonia Kramer
A procura pelo ensino da língua Yiddish vem crescendo no Brasil e em outros países, confirmando o aumento do interesse pelo idioma que marcou a cultura judaica de gerações anteriores ao Holocausto. A conclusão é da professora Sonia Kramer - do Departamento de Educação da PUC-Rio -, que, em conversa com a CONIB, expôs o quadro atual do interesse pelo ensino do idioma. Diz ela: O ensino da língua Yiddish na PUC-Rio vem se dando desde 2017 a partir do ‘Núcleo Viver com Yiddish: pesquisas, cursos e projetos culturais’. O grupo musical e as oficinas com crianças no Colégio Eliezer Max se alinham a instituições que em diversos países fazem pesquisas, publicações e cursos de Yiddish. Em 2022, além das oficinas, grupo musical e a pesquisa “Mulheres que escreviam em Yiddish: memória, resistência e superação”, estão ativas seis turmas de ensino da língua Yiddish na PUC-Rio, em quatro níveis, em ensino remoto. Com grande adesão, são hoje mais de 80 alunos e alunas, de diversas cidades do Brasil (Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, São Carlos, São Paulo, Vitória), sendo a maior adesão de pessoas do Rio de Janeiro e São Paulo, e de diversos países (Estados Unidos, México, Portugal). A variação etária de 18 a 93 anos de idade promove também uma interessante troca intergeracional, dos mais iniciantes aos mais fluentes e estudiosos da língua. Serão abertas novas turmas nesse lindo trabalho que se dá graças a professoras e professores de Yiddish que enfrentam conosco os desafios. A procura expressiva revela o interesse pela língua e a cultura, o vínculo afetivo e o compromisso social com as gerações que nos precederam. Na direção contrária ao nazismo e ao stalinismo que pretenderam eliminar o povo, a língua e a cultura Yiddish, cabe a nós impedir que seja extinta. Essa língua sem território, de incrível plasticidade, pluralidade, densidade, que se busca preservar, língua falada e escrita que circula e se espalha, se ensina e aprende, com resistência, num movimento que converge com as lutas pela preservação de outras línguas, onde é central o papel da universidade.